O que eu quero dizer é que em um primeiro blog a gente comete muitos erros, e, na maioria das vezes, sem se dar conta disso. E não vou nem falar da "parte técnica" da coisa, isto é, da apresentação visual do blog, widgets, feeds, visitas, etc. Não sou (nem de longe) especialista na área e tudo o que aprendi foi por ser curiosa e sair pesquisando e testando no blog. Portanto, deixo para quem realmente entende e trabalha com informática e tecnologia esse tipo de informação, afinal existem ótimos metablogs brasileiros.
Quem está iniciando no ramo de blogs encontra excelentes tutoriais, por exemplo, no
Dicas Blogger, da
Juliana Sardinha, e no
[Ferramentas Blog], do
Marcos Lemos. A
Nospheratt do
Blosque.com também escreve artigos muito interessantes, entre os quais, de cara, eu destacaria
"Está Começando Um Blog? Descubra Aqui O Que Você Não Deve Fazer" e
"Top 15 – Erros Que Blogueiros Novatos Cometem… E Uma Dica".
Mas, voltando, eu quero falar, a partir da minha experiência pessoal, sobre a postura assumida pelo blogueiro, de suas dificuldades e responsabilidades quando quer levar a cabo um projeto de blog. No início do
My Headphone eu tinha vontade de escrever feito doida, postar várias textos sobre as bandas que eu ouvia (e achava que eram a melhor coisa do mundo e, por extensão, que as outras pessoas também deveriam pensar igual a mim). Só que os meses passaram, o ritmo da faculdade se intensificou e, consequentemente e de forma inversamente proporcional, o ritmo das postagens do blog diminuiu. E daí pra pior: nos finais de período a coisa fica tão feia que tem dias em que eu não tenho tempo nem para abrir o e-mail!
Para complicar um pouco mais, durante esses dois anos eu também tive uma série de problemas familiares, perdas de irreparáveis de pessoas queridas, o que também me desmotivou bastante. Outros contra-tempos que prejudicaram o
My Headphone foram o fato de minha internet ter sido uma porcaria durante um bom tempo e eu ter uma capacidade homérica de pegar vírus que sempre danificam alguma coisa do PC. E um raio, sim, um maldito raio queimou a placa-mãe e o processador do meu antigo computador. Desgraça pouca é bobagem, você não acha?
Fora a questão familiar - coisas que ninguém espera ou deseja que aconteçam -, percebi que me faltou organização e capacidade de administrar o tempo. Também pudera, uma pessoa que não consegue nem manter o próprio quarto arrumado... Acho que o melhor a fazer é tentar manter, desde o início, uma frequência regular na publicação das postagens, para que as pessoas não se assustem com algum eventual "sumiço" meu. Seriam interessantes ao menos duas atualizações semanais do
Notas Dissonantes.
Gradativamente fui entendendo também que se você quer que seu blog
seja lido, não dá pra ficar "andando em círculos", falando trocentas mil vezes sobre a mesma coisa. Também não é legal ficar se achando o máximo no assunto que você se propõe a lidar. E, principalmente, não dá pra chutar o balde de vez e dizer "o blog é meu, escrevo sobre o que eu quero e foda-se o mundo!". Claro que que às vezes (muitas vezes) é necessário mandar todo o mundo ir a certos lugares não muito agradáveis, mas um pouco de bom-senso é necessário. Percebi que, antes de mais nada, é preciso baixar a bola.
Em um lance como música é preciso estar com a mente aberta e disposto a ouvir sempre coisas diferentes, e isso às vezes é difícil pacas. É inevitável que você faça juízos de valor e comparações do tipo "hum, não gostei da guitarra dessa música" ou "o CD dessa banda lembra algo do
Joy Division", mas penso que isso é necessário, faz parte do processo. A grande sacada é não falar besteira sem nem mesmo ter tido contato com a obra, ser preconceituoso. Isso ainda evita atitudes totalmente
fake. Acho muito válido dar a sua opinião DEPOIS que você ouviu/leu/assistiu, nadando contra a corrente se preciso for. Por exemplo, quando o último disco do
Editors saiu, ano passado, li uma enxurrada de elogios a
In This Light and On This Evening. Fui ouvir toda esperançosa, mas achei o álbum chato pra burro, muito meia-boca. Enfim, é uma opinião pessoal, pode ser até mesmo que daqui há alguns anos eu tenha uma outra percepção e passe a gostar do disco. Só que por enquanto, ainda não engulo
In This Light and On This Evening. Acredito que as pessoas têm que ter cuidado com o que escrevem, pois hoje muitos blogueiros acabam sendo formadores de opinião - o que, evidentemente, não é o caso de blogs que quase ninguém lê como os meus (risada sarcástica). No entanto, se você criou um blog, é óbvio que espera que alguém leia os seus textos. E quem lê os seus textos, ainda que não te conheça, acaba fazendo uma imagem de você, que pode ou não corresponder à realidade. Se você digitar muita caquinha tem que estar preparado para as consequências: o formulário de comentários aparece logo abaixo das postagens.
Então você me pergunta: mas e a moderação de comentários? Sinceramente, não acho muito legal moderar os comentários das postagens do blog. Quando o blog já tem muitas postagens, até é interessante usar o recurso "Somente postagens anteriores a x dias", para você se orientar melhor. Mas, no geral, considero moderação uma preocupação secundária. Creio mesmo que inibe o leitor, que vai pensar duas vezes antes de comentar, porque sabe que sua opinião pode ser "reprovada" pelo administrador do blog.
Durante minha experiência com blogs só tive uma vez um
leve aborrecimento com um leitor anônimo, justamente no post de despedida do
My Headphone. Eu poderia ter simplesmente recusado o comentário, mas aprovei e fiz questão de dar uma resposta à altura. Mas a única coisa que acho realmente intolerável é SPAM descarado nos comentários: isso eu não aceito mesmo, deleto sem dó nem piedade! Assim, pesando prós e contras, decidi adotar moderação só para os posts publicados há mais de 60 dias.
Contando um último caso, há alguns meses eu fiquei
puta possessa porque o
Blogger tinha deletado uma postagem do
My Headphone. Defendi meu ponto de vista e um outro usuário da plataforma também defendeu o dele, nos comentários, como você pode ver
aqui. Considerei esse debate virtual muito produtivo. A minha opinião sobre a questão não mudou, mas eu pude "ouvir" um outro lado da situação, e isso (refiro-me ao ato de comentar) demonstra as inúmeras possibilidades de um blog como ferramenta de comunicação e troca de idéias e experiências.
E, por fim, o mais importante, escreva sobre o que você gosta, o que te dá prazer. Não se deixe levar por modismos ou opiniões alheias. Parece chulo, mas, expressando de forma nua e crua, esta é uma das conclusões mais acertadas a que cheguei nos últimos anos da minha vida (e um dos poucos conselhos verdadeiramente úteis que eu posso dar a alguém):
escreva com tesão. Sim, escreva com tesão, ainda que meio mundo tente te impor obstáculos e impedir de fazer isso.
P. S.: Esse post não ficou com a maior cara de mensagem de auto-ajuda misturado com promessa de fim de ano, daquelas que você faz e
provavelmente não vai cumprir?
P. S. 2: Falta de concisão em determinados textos é um problema grave. Mas, como você vai reparar daqui para frente, minha prolixidade já não tem cura.
P. S. 3: Quis fazer uma breve paródia (um tanto óbvia) dos versos de Drummond. Por isso, achei justo adicionar ao post uma fotografia do nosso ilustre poeta.
P. S. 4: Só quem ler
A Geração da Utopia vai entender o que eu dizer com a suposta inadequação de um "portanto" no início de um texto/fala. Trata-se de uma daquelas gramatiquices idiotas que nosso amado Pepe tão bem soube ironizar em seu romance.