Finalmente, acabei de assistir aos episódios de Life on Mars. E, caramba, que série boa!
* O comentário abaixo contém spoilers. Recomendo assistir ao final da série antes de ler.
E, se você ainda não conhece Life on Mars, corre pra ver! A série é excelente, você vai adorar!
Embora não nos tenha oferecido todas as respostas, o series finale (oitavo e último episódio da segunda temporada) de Life on Mars foi simplesmente memorável! Belo e instigante, possibilita várias interpretações. Certamente, faz com que o espectador tenha desejo de retornar à série outras e outras vezes - pelo menos eu fiquei com essa vontade.
* O comentário abaixo contém spoilers. Recomendo assistir ao final da série antes de ler.
E, se você ainda não conhece Life on Mars, corre pra ver! A série é excelente, você vai adorar!
Embora não nos tenha oferecido todas as respostas, o series finale (oitavo e último episódio da segunda temporada) de Life on Mars foi simplesmente memorável! Belo e instigante, possibilita várias interpretações. Certamente, faz com que o espectador tenha desejo de retornar à série outras e outras vezes - pelo menos eu fiquei com essa vontade.

Mas, afinal, que "casa", que tempo, que realidade? Embora isso tenho ficado mais evidente no fim, ao longo da série fomos percebendo que Sam se sentia realmente vivo em 1973, e não no século XXI, tempo ao qual pertencia originalmente. No entanto, o personagem só começa a compreender isso depois de receber mais um "toque" de Nelson (Tony Marshall) - o barman que sempre pareceu saber de mais coisas que as outras pessoas.

Foi um baque para Sam constatar que era um traidor. E, obviamente, deixar os amigos e a amada Annie (Liz White) morrerem não passava por sua cabeça quando ele continuou a ajudar Morgan na tentativa de retirar Hunt da polícia. Assim, acordar no hospital e retomar a rotina de trabalho em 2006 foi extremamente frustrante para Sam. Aquela sala organizada, limpa e monótona em nada lembrava o ambiente escuro, empoeirado e cheio de fumaça de cigarro do escritório dos anos 70. Fora as pessoas, tão sérias e educadas... Que falta não faziam as loucuras, gritos e palavrões do pessoal de Gene Hunt?
A sequência abaixo, já na reta final do episódio, sem dúvida, é uma das melhores coisas que já vi em televisão. É impossível não chegar a esse ponto da série e não se emocionar com o dilema de Sam - e não cantar junto com Bowie.
Nesse momento, é possível notar que Life on Mars acaba tocando em temáticas como a relação entre o suicídio e o livre arbítrio - lembrando que há uma discussão sobre a existência de Deus no sexto episódio dessa segunda temporada, quando Sam afirma acreditar que "Deus está nos detalhes" (frase atribuída ao arquiteto Ludwig Mies van der Rohe).

A sequência final é apaziguadora em certo sentido, mas nos deixa com dúvidas semelhantes às que ficamos ao final de Taxi Driver (veja aqui o que os críticos discutem sobre o filme de Scorsese). Será que Sam realmente conseguiu voltar para Annie ou tudo não passou de sua imaginação?

Para complicar ainda mais a situação, o que dizer da garotinha de vestido vermelho em sua última aparição, observando-nos e "nos desligando", como se ela fosse a espectadora e nós o programa de TV? Acho que foi uma forma de os roteiristas darem uma "piscada de olho" para nós, mostrando que os limites entre ficção e realidade não estão tão definidos assim. Ou, ainda, que não importa o que tenha acontecido com Sam, pois não há como determinar o que é real ou não - tudo vai depender do ponto de vista do telespectador, de como ele irá interpretar o que lhe foi apresentado.
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