quinta-feira, 4 de agosto de 2011

Goodbye, Amy...


Como você já deve estar careca de saber, a cantora inglesa Amy Winehouse foi encontrada morta no último dia 23 de julho, em sua casa, em Londres. Embora imaginemos o que aconteceu, a necrópsia realizada não foi capaz de determinar a causa da morte de Amy. Os resultados de alguns exames toxicológicos ainda são aguardados.

Essa era uma tragédia anunciada. Pelo consumo excessivo de álcool e drogas, a aparente falta de apoio das pessoas mais próximas para o tratamento de sua dependência química e a ganância dos veículos de comunicação por lucrar com seu drama diário, todos sabíamos que a morte de Amy aconteceria mais cedo ou mais tarde - a não ser que ela tivesse a resistência de um Keith Richards ou caísse no ostracismo de um Syd Barrett.

Mas, devo admitir que, ainda assim, fiquei um pouco chocada - talvez essa não seja a melhor palavra - quando vi a notícia na televisão. Na verdade, a sensação é a de que algo terminou de maneira muito estúpida, antes do tempo devido. Porque Amy, assim como qualquer outra pessoa de sua idade, tinha um longo caminho pela frente e merecia trilhá-lho. E porque, no fundo, gostaria que ela se recuperasse, que continuasse fazendo música, que lançasse mais discos e que pudesse se apresentar mais "inteira". Enfim, que conseguisse explorar todo o seu potencial, não continuasse no estado degradante dos últimos tempos, caricatura de si mesma. Penso que isso, sim, poderia constituir uma contribuição para a música muito maior e mais interessante do que virar objeto de culto por ter morrido jovem como tantos outros músicos.

É que, em uma bizarra coincidência, a cantora passou a integrar o chamado Clube dos 27, formado por ícones da cultura pop que, como ela, sucumbiram aos 27 anos de idade. A lista é enorme. Talvez - especulo eu - a opção da família de Amy pela cremação do corpo tenha sido até uma estratégia para evitar que, no futuro, o túmulo da artista virasse um ponto de peregrinação, como ocorre com o de Jim Morrison (outro do clube) em Paris.

Não serei falsa a ponto de dizer que morria de amores por Amy Winehouse, que estou inconsolável, etc., etc. - até porque acho irritante e deplorável essa histeria que a pessoas, em tempos de Internet, têm toda vez que acontece algo com algum artista. Eu nem a ouvia tanto, muito menos posso dizer que era fã. Porém, reconheço que a cantora foi/é a grande personalidade da última década, não só musicalmente falando, mas também em estilo e comportamento. E fato é que Amy era uma boa letrista e não precisava de artifícios pseudo-artísticos ou de um show pirotécnico para poder soltar o vozeirão - embora, é claro, a coisa fluísse muito melhor quando ela estava um pouco mais sóbria.

O ponto é que, independentemente de eu gostar ou não de sua música, apenas acho triste que uma pessoa de incontestável talento, que podia ter rendido muito mais, termine assim seus dias. Não sei por que, a morte de Amy tem para mim um gosto amargo.

Algumas canções que acho bem legais em sua voz:







Mais:
- Veja o texto "Seu último desejo" no blog de Zeca Camargo;
- Confira a opinião de Marcelo Costa, editor do Scream & Yell, no post "Amy Winehouse, 27 anos" no blog Calmantes com Champagne 2.0;
- Leiam no post "Back to Black" do blog O Mundo Gira, a Lusitana Roda..., de Tatiana Rezende, a tradução de uma das últimas entrevistas concedidas por Amy, à revista de moda Harper’s Bazaar.
- Para conhecer um pouco da Londres de Amy Winehouse, dê uma olhada nessa interessante matéria do portal G1.

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